sexta-feira, 19 de abril de 2013

... "soul surfer"

É um facto que o "soul surfer" não morreu, o prazer de estar com os amigos a apanhar ondas despreocupadamente ainda persiste, mas já se vê pouco disso. Há uma atitude muda na água e quando se ouve a voz de alguém, ou é uma voz que agoniza porque foi dropinado ou porque precisa apenas de chamar atenção e o "ói, ói...ói, ói", vira as palavras do dia-a-dia de um surfista que se preze. Ainda oiço a voz de camaradagem e a loucura total quando estamos todos juntos dentro de água. Esta mudez mundana faz parte do nosso ambiente surfistico. Carregamos talvez a nostalgia e sonhos de Invernos passados juntos em busca de ondas.
Esta nova geração de "surfistas de verão" cega pelo materialismo que lhes bateu à porta, quando ainda não tinham maturidade cívica e cultural para saberem utilizá-la da melhor maneira. Usam-no como aparato pretensioso quando, muitas vezes nem capacidades financeiras têm para o fazer, vivem das mesadas chorudas dos papás e fazem surf porque está na moda e tal. Na água a história não é diferente.
Esta nova geração esqueceu-se que o mundo não é o seu umbigo, chegam com pretensões demasiado elevadas para o respeito e humildade que ainda não ganharam, esquecem-se do básico, de surfar apenas pelo seu simples e puro prazer de o poder fazer.




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